Um desafio constante que coletivos de pesquisa enfrentam diz respeito a responsabilidade social que têm, considerando se tratar de cientistas e produtores de conhecimento que tentam fazer circular as ações para além da Universidade. O processo de continuidade entre atividades acadêmicas e o seu espraiamento pelo mundo afora torna-se possível apenas na medida em que exercitamos, vigilantes, práticas diversas para reconstruir os modos de se fazer ciência a partir do descentramento de velhas condutas coloniais arraigadas nas instituições de ensino superior. Se essas práticas podem ser diversas, e nominadas a partir rótulos igualmente variados – anticoloniais, decoloniais, contra-coloniais ou mesmo pós-coloniais – o seu ponto de encontro deve ser a constatação de que a transformação das Universidades só é verdadeiramente possível a partir da inclusão daqueles que por séculos foram excluídos e indesejáveis dos espaços de poder em nosso país. O presente livro, produto de práticas coextensivas de pesquisa, ensino e extensão, desenvolvidas no âmbito do OPARÁ, é um belo exemplo do modo como a ciência pode florescer genuinamente a partir da inclusão de vozes historicamente apagadas. VOLUME 5