Abordagens conceituais, metodologias e indicadores
A questão ambiental, como ficou conhecida o debate sobre as ações da sociedade no meio ambiente, tomou maior impulso na virada dos anos 1950 para os anos de 1960. Notadamente a Conferência de Estocolmo em 1972, sobre o meio ambiente humano, marca o auge de uma tomada de consciência sobre a ação do homem nas mudanças ambientais globais. Os problemas ditos ambientais chamaram atenção porque refletiam sobre a base dos recursos naturais, comprometendo a sobrevivência das sociedades em níveis locais, regionais e globais.
A degradação do ambiente pelas atividades humanas sempre vem à baila, devido às mudanças na capacidade de suporte dos ecossistemas. A desertificação, entendida como um fenômeno complexo de degradação, é o tema mais abordado nas questões de ordem ambiental relacionado aos ambientes das terras secas. Estas compreendem as áreas da superfície terrestre que apresentam climas áridos, semiáridos e subúmidos secos. Uma característica fundamental das terras secas são os índices pluviométricos baixos, normalmente abaixo dos 800 mm de média anual, apresentando-se sempre como quantidades variáveis e mal distribuídas no espaço e no tempo e em áreas que apresentam o fenômeno das secas.
O presente livro aborda a desertificação, com ênfase na região do Semiárido Brasileiro e na Paraíba. Aqui são discutidos o conceito de desertificação, as metodologias e os indicadores utilizados para medir ou avaliar a desertificação, assim como são aplicados a algumas áreas do Semiárido Brasileiro em capítulos apresentados no livro.
O objetivo do livro foi reunir alguns estudos para abordar a desertificação no Semiárido Brasileiro, buscando atualizar e retomar a discussão do tema tão pertinente e inesgotável ao conhecimento científico e aos programas ou planos governamentais no nível mundial e brasileiro.